Pornografia e Masturbação: Por que essa combinação é perigosa!
- Juliana Myrian
- 13 de mai.
- 3 min de leitura
Após perceber que muitas pessoas me procuraram em busca de ajuda depois de lerem meu texto sobre o impacto da pornografia, senti a necessidade de aprofundar essa discussão. Sou psicóloga clínica e terapeuta sexual, e vejo diariamente o sofrimento causado pelo consumo excessivo de pornografia e suas consequências, especialmente relacionadas à masturbação. Aqui compartilho minha experiência com pacientes que enfrentam esses desafios, explico o conceito de masturbação e seus impactos, e reforço a importância da terapia sexual para superar comportamentos que podem ser profundamente incapacitantes.
Pense comigo: Você já parou para pensar que a masturbação pode estar roubando sua energia e produtividade? E será que a busca por prazer imediato estar destruindo sua vida sexual a longo prazo?
Todos os dias, recebo pacientes que compartilham no consultório, como a pornografia e a masturbação excessiva afetam suas vidas. Homens de diferentes idades e contextos, relatam problemas como impotência sexual, ejaculação precoce, dificuldade em manter relacionamentos íntimos e até prejuízos na produtividade profissional. O que começa como um hábito aparentemente simples, muitas vezes justificado como uma forma de alívio ou prazer, pode se tornar uma armadilha que compromete a saúde mental, emocional e física.
A masturbação é o ato de estimular os próprios órgãos genitais para obter prazer sexual, geralmente culminando no orgasmo. Embora seja uma prática natural e comum, seu impacto depende da frequência, do contexto e da intenção por trás dela. Quando associada ao consumo de pornografia, a masturbação se torna especialmente problemática devido ao mecanismo de recompensa imediata.
A pornografia oferece estímulos visuais intensos e variados, que ativam o sistema de dopamina no cérebro, criando uma sensação de prazer instantâneo. Esse ciclo de estímulo-recompensa pode levar a uma dependência comportamental, onde o indivíduo busca repetidamente essa gratificação rápida, muitas vezes em detrimento de outras áreas da vida.
Os impactos na vida sexual são significativos. O uso excessivo de pornografia pode condicionar o cérebro a responder apenas a estímulos artificiais, dificultando a excitação em relações reais. Pacientes relatam que, após anos de exposição a conteúdos explícitos, sentem dificuldade em se satisfazer em relações sexuais ou até em sentir desejo sem estímulos artificiais. Além disso, a masturbação excessiva pode levar a problemas físicos, como ejaculação precoce ou disfunção erétil, e psicológicos, como baixa autoestima e ansiedade de desempenho.
Embora a masturbação, em si, não seja inerentemente prejudicial, seu excesso, especialmente quando alimentado por pornografia, pode ser profundamente incapacitante. Meus pacientes frequentemente descrevem um ciclo de culpa e frustração: sentem-se presos a um comportamento que sabem ser prejudicial, mas não conseguem parar. Esse padrão pode levar à procrastinação, isolamento social e até à perda de motivação para buscar conexões reais. O que parecia uma solução rápida para o estresse ou a solidão acaba se tornando um obstáculo para uma vida prazerosa a dois.
É possível romper esse ciclo. A terapia sexual, conduzida por um profissional qualificado, oferece um espaço seguro para explorar as raízes desse comportamento, desenvolver estratégias de autocontrole e reconstruir uma vida sexual saudável. Durante as sessões, trabalhamos para identificar gatilhos e criamos estratégias para reduzir a dependência de pornografia e masturbação excessiva. Além disso, a terapia ajuda a resgatar a conexão com o próprio corpo e com parceiros, promovendo uma sexualidade mais autêntica e satisfatória.
Se você se identificou com algum desses relatos, saiba que não está sozinho. O primeiro passo é reconhecer o impacto que esses hábitos podem estar tendo em sua vida. Buscar ajuda profissional não é um sinal de fraqueza, mas de coragem para transformar sua realidade. A terapia sexual pode ser o caminho para recuperar o controle, a confiança e o prazer em suas relações. Afinal, uma vida sexual saudável vai muito além do prazer imediato, ela envolve conexão, intimidade e bem-estar.