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A Armadilha do Prazer: Como a Busca por Satisfação Aprisiona a Alma, Segundo Viktor Frankl


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Por que a busca incessante pelo prazer pode nos condenar a uma existência vazia?


Viktor Frankl, em Em Busca de Sentido, não afirma diretamente que o prazer é uma prisão, mas suas reflexões revelam que viver apenas para momentos de satisfação limita profundamente a vida. Ele defendia que o verdadeiro valor da existência está em descobrir um propósito maior, algo que vá além das sensações passageiras de alegria.


O prazer, por sua essência, é fugaz como uma sombra que desaparece rápido. Frankl explicava que, ao fazer dele o único objetivo, caímos em um ciclo de desejo constante, onde a busca por mais nunca traz paz duradoura. É como tentar segurar água nas mãos: quanto mais apertamos, mais ela escorre, deixando-nos sem um sentido que sustente a alma.


Colocar o prazer acima de tudo nos afasta do que realmente dá significado à vida. Para Frankl, esse significado surge em gestos de amor, na criação de algo valioso ou na força para enfrentar a dor com dignidade. Quem se prende à busca por prazer vive uma existência superficial, como se a vida se resumisse a colecionar instantes de deleite.


E quando o prazer some, o que resta? Frankl chamava esse vazio de “vácuo existencial”, uma sensação de desamparo que surge quando não temos um propósito. É como vagar sem rumo, sentindo que nada faz sentido, uma armadilha que aprisiona a mente e o coração em um estado de apatia.


Depender do prazer também nos torna reféns de circunstâncias externas, como conforto ou diversão. Frankl, que resistiu aos horrores dos campos de concentração, descobriu que a verdadeira liberdade está em encontrar um motivo para viver, mesmo no sofrimento mais cruel. A busca cega por prazer, ao contrário, nos acorrenta ao que o mundo pode ou não oferecer.


Nos campos, Frankl observou que aqueles que tinham um “porquê” como rever um ente querido ou concluir uma obra, encontravam forças para suportar o inimaginável. O prazer, frágil e incapaz de sustentar a esperança, desmoronava diante da adversidade. Isso revela que ele, quando supervalorizado, é uma armadilha que nos deixa vulneráveis às tempestades da vida.


Para escapar dessa prisão, Frankl propunha transcender tanto o prazer quanto a dor. Cada pessoa, dizia ele, tem um sentido único a descobrir, que pode estar em um momento de ternura ou em uma luta árdua. Esse sentido é a chave para uma liberdade interior que nenhuma circunstância pode destruir.


A mensagem de Frankl é um convite a olhar além do que é passageiro. A existência plena não se constrói na soma de prazeres, mas na coragem de encontrar um motivo que ilumine até os dias mais sombrios. Só assim nos libertamos das correntes do efêmero e vivemos com um propósito que dá sentido a cada instante.


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