A Busca pela Juventude Eterna: Corpo, Mente e Cultura
- Micael Faccio
- 5 de mai.
- 2 min de leitura
Muitas pessoas sonham em ficar jovens para sempre, sem rugas ou sinais do tempo. Essa vontade é alimentada pela cultura das redes sociais, pelo biohacking e pela febre de procedimentos estéticos, como a harmonização facial. Mas por que isso é tão forte? E quais são os riscos? O texto mostra de forma simples, conectando cultura, psicologia, espiritualidade e os perigos dessa busca.
A Cultura da Juventude
Hoje, ser jovem é visto como o ideal. Redes sociais como Instagram e TikTok mostram rostos perfeitos, sem marcas, com filtros que escondem rugas. Isso cria a ideia de que envelhecer é ruim, especialmente no Ocidente, onde juventude é sinônimo de sucesso. Em outras culturas, como na China, os mais velhos são valorizados pela sabedoria, mas a cultura globalizada espalha que só a juventude importa, aumentando a ansiedade em parar o tempo.
Obsessão pela Aparência
Essa pressão pode levar ao transtorno dismórfico corporal (TDC), onde a pessoa fica obcecada com "defeitos", como rugas, mesmo que ninguém perceba. Isso gera comportamentos como cirurgias plásticas ou horas no espelho, buscando um ideal impossível. A cultura das redes sociais piora isso com padrões irreais. Psicanalistas como Freud falam da "pulsão de morte", uma força que busca descanso. Paradoxalmente, tentar não envelhecer pode levar a sofrimento, como se fugindo da morte, a pessoa parasse de viver.
A harmonização facial, com botox e preenchimentos, promete um rosto jovem, mas pode virar vício, especialmente para quem tem TDC.
Os riscos incluem:
Inexpressividade: Botox em excesso pode "congelar" o rosto, apagando emoções e criando uma aparência artificial, chamada de "rosto de boneco".
Problemas de saúde: Procedimentos malfeitos podem causar infecções, assimetrias ou danos graves, como necrose.
Vício psicológico: A satisfação temporária leva a mais procedimentos, aumentando a ansiedade.
Impacto social: Rostos inexpressivos dificultam a comunicação emocional, afetando relações. Esse vício reflete a pulsão de morte, pois a busca pela juventude pode causar danos físicos e emocionais.
Perigos do Biohacking
O biohacking, como tomar suplementos experimentais ou fazer terapias genéticas, também busca retardar o envelhecimento. Mas há riscos:
Saúde: Tratamentos sem regulação podem causar danos ao fígado ou desequilíbrios hormonais.
Falta de provas: Muitas técnicas não têm estudos confiáveis.
Ansiedade: A obsessão por "otimizar" o corpo pode piorar a insatisfação.
Como o vício em procedimentos estéticos, o biohacking extremo pode levar a sofrimento, alinhando-se à pulsão de morte.
Tradições como cristianismo, hinduísmo e budismo dizem que a alma é imortal. O corpo envelhece, mas a essência continua. No budismo, envelhecer é natural, e lutar contra isso causa sofrimento. Essa visão pode aliviar a pressão de parecer jovem, mostrando que a verdadeira identidade vai além da aparência.
Querer parar o tempo é humano, mas a cultura moderna, com imagens perfeitas, biohacking e harmonização facial, intensifica esse desejo. Essa busca pode ser "infantil", pois nega a realidade da finitude. Visões espirituais sugerem que aceitar a transitoriedade traz paz. O equilíbrio é cuidar do corpo com moderação, mas valorizar quem somos, em qualquer idade.





