Como identificar quando é hora de buscar terapia?
- Juliana Myrian
- 23 de mai.
- 2 min de leitura
Você já se perguntou se a dor intensa que sente no peito é apenas físico ou um sinal de que precisa investigar no emocional? Essa dúvida, muitas vezes ignorada, pode ser o primeiro passo para reconhecer que é hora de buscar ajuda psicológica. Como psicóloga, vejo diariamente pacientes que chegam ao consultório em busca de apoio para lidar com os mais diversos contextos: desde crises de ansiedade que roubam o sono até a sensação de vazio que parece não explicar. Identificar o momento certo para procurar terapia não é uma tarefa simples, mas há sinais emocionais, comportamentais e físicos que podem servir como guias claros nessa jornada.
Em primeiro lugar, os sinais emocionais são frequentemente os mais evidentes, ainda que nem sempre os reconheçamos de imediato. Sentir-se constantemente sobrecarregado, com tristeza persistente ou uma irritabilidade que parece desproporcional às situações do dia a dia pode indicar que algo está fora de equilíbrio. Por exemplo, quando percebo que pequenas frustrações me tiram do eixo ou quando a alegria parece ter se tornado um visitante raro, reflito sobre a necessidade de explorar essas emoções mais a fundo. Muitos pacientes relatam uma sensação de “vazio crônico” ou dificuldade em encontrar prazer em atividades que antes eram gratificantes, sinais que segundo estudos da psicologia clínica, podem estar associados a quadros como depressão ou ansiedade.
Além disso, os sinais comportamentais também merecem atenção. Você já notou mudanças nos seus hábitos, como isolar-se socialmente, procrastinar tarefas importantes ou até mesmo agir impulsivamente de formas que não condizem com sua personalidade? No meu dia a dia, observo que muitos pacientes chegam à terapia após perceberem que estão evitando amigos, negligenciando responsabilidades ou caindo em padrões de comportamento autodestrutivos, como o uso excessivo de álcool ou redes sociais. Essas atitudes, muitas vezes, são tentativas inconscientes de lidar com o sofrimento interno, mas acabam agravando o problema. A terapia, nesses casos, oferece um espaço seguro para compreender e transformar esses padrões.
Por fim, os sinais físicos não podem ser ignorados, pois o corpo muitas vezes reflete o que a mente tenta esconder. Dores de cabeça frequentes, insônia, fadiga constante ou até mesmo problemas gastrointestinais sem causa médica aparente podem ser manifestações de estresse ou sofrimento emocional. Pacientes relatam passar por momentos em que a tensão acumulada se traduzia em noites mal dormidas ou uma exaustão que não explicava, e esses sintomas, segundo a Organização Mundial da Saúde, estão frequentemente ligados a questões psicológicas não tratadas. Quando o corpo começa a “falar”, é um indicativo de que a mente precisa de cuidado.
Portanto, reconhecer a hora de buscar terapia envolve ouvir a si mesmo com atenção e honestidade. Se os sinais emocionais, comportamentais ou físicos estão impactando sua qualidade de vida, talvez seja o momento de dar um passo adiante. A terapia não é um sinal de fraqueza, mas um ato de coragem para enfrentar o que nos desafia. E você, já parou para ouvir o que seu corpo e sua mente estão tentando dizer?





