Quem cuida de quem cuida? Precisamos falar sobre isso.
- Juliana Myrian
- 21 de abr.
- 2 min de leitura
Atualizado: 3 de mai.
O psicólogo tem o compromisso diário de acolher, escutar e apoiar aqueles que confiam em seu trabalho, ajudando seus pacientes a enfrentar seus desafios emocionais e psicológicos. Cada sessão é uma oportunidade de promover bem-estar e transformação, mas também leva a uma reflexão profunda: quem cuida de quem cuida?
A prática da psicologia exige não apenas conhecimento técnico, mas uma entrega emocional intensa. Estamos presentes nos momentos de vulnerabilidade, lidando com histórias que demandam empatia, paciência e resiliência. No entanto, para oferecer um cuidado genuíno, nós, profissionais da saúde mental, também precisamos cuidar de nós mesmos. Esse autocuidado não é um luxo, mas uma necessidade para manter a qualidade do nosso trabalho e a nossa própria saúde mental.
Na semana passada, a comunidade da psicologia perdeu Bruno Soalheiro, um profissional brilhante que inspirava com sua habilidade única de transformar perspectivas. Conhecido por desafiar seus pares a "pensar fora da casinha", ele influenciava trajetórias profissionais mesmo sem contato pessoal, moldando visões sobre o impacto da psicologia no bem-estar humano.
A notícia da partida de Bruno Soalheiro foi um choque. Como poderia um profissional tão inspirador, que incentivava outros a viverem com propósito, não suportar mais estar nesse mundo? Essa perda trouxe à tona uma questão central: quem cuida de quem cuida? Por que o psicólogo é frequentemente visto como um ser inabalável, sempre no controle de suas emoções?
Como Bruno dizia, "antes de ser CRP, somos CPF". Psicólogos são humanos, sujeitos às mesmas vulnerabilidades, medos e lutas internas que qualquer pessoa.
A prática da psicologia exige empatia, resiliência e uma entrega emocional intensa. Acolher histórias complexas demanda que o profissional esteja bem consigo mesmo. O autocuidado que inclui supervisão clínica, formação contínua e trochas com colegas, é indispensável para manter a qualidade do trabalho e a saúde mental. A perda de Bruno reforçou a convicção de que é preciso falar abertamente sobre esse tema, desmistificando a imagem do psicólogo como um "super-herói" emocional.
Inspirada pelas lições de Bruno, surgiu a decisão de superar a resistência e usar as redes sociais para compartilhar reflexões que promovam diálogos significativos.
Profissionais da saúde mental e interessados no tema são convidados a refletir:
Como é possível cuidar de si enquanto se cuida dos outros?
Que práticas ajudam a encontrar equilíbrio?
Vamos construir juntos um diálogo mais aberto e acolhedor sobre esse desafio tão humano.





