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Você Já Questionou a Natureza da Sua Realidade?

Atualizado: 3 de mai.




Você já parou para pensar se a vida que você leva é realmente sua? Ou será que sem perceber, você está vivendo como um personagem preso em uma máquina, seguindo um roteiro que não escreveu?


Como psicóloga, vejo muitas pessoas que dia após dia, acordam, trabalham, comem, dormem e repetem, tudo no piloto automático. Elas vivem de forma mecanicista, como se fossem engrenagens em uma grande simulação, sem nunca questionar: “Por que estou fazendo isso? Existe algo além disso?” Vivemos em um mundo que glorifica a produtividade. Acordar, trabalhar, checar notificações, dormir, repetir. Parece uma simulação projetada para nos manter ocupados, não vivos. Essa vida mecanicista é uma crítica viva ao nosso potencial humano. Ela nos reduz a engrenagens: cumprimos tarefas, seguimos regras, medimos o sucesso em números de horas trabalhadas, curtidas nas redes, saldo no banco. Mas onde fica a poesia? Onde está o assombro de olhar para o céu estrelado e sentir que faz parte de algo imenso?


Imagine uma cena: filas de pessoas caminhando pelas ruas, olhos fixos em telas, cumprindo horários, respondendo e-mails, correndo para a próxima tarefa. Parece um filme de ficção científica, mas é a realidade de muitos de nós. Essa existência mecanicista é como viver dentro de uma simulação, não uma criada por computadores, como em Matrix, mas uma construída por hábitos, expectativas sociais e pressões invisíveis.


Pessoas que vivem assim raramente param para observar as belezas além essa rotina mecanicista. Elas seguem o fluxo: estudam para passar de ano, trabalham para pagar contas, postam nas redes para se sentirem vistas. No fundo, há um vazio. Uma voz que sussurra: “Tem algo errado. Isso é tudo o que existe?”.


Por que tantas pessoas caem nessa armadilha? A resposta está na forma como nossa mente e sociedade funcionam:


  • Conforto da rotina: Nosso cérebro adora padrões. Eles economizam energia e nos dão uma sensação de segurança. Mas, quando a rotina vira prisão, perdemos a curiosidade e a capacidade de questionar.

  • Pressão social: Desde pequenos, somos ensinados a “seguir o script” como tirar boas notas, arrumar um emprego, construir uma família. Questionar esse caminho pode parecer arriscado ou até egoísta.

  • Medo do vazio: Parar e refletir sobre a realidade exige coragem. E se descobrirmos que não gostamos do que vemos? É mais fácil continuar correndo do que enfrentar essa dúvida.


Questionar a natureza da sua realidade não significa duvidar de tudo, como se estivéssemos em um filme. Significa olhar para dentro e se perguntar: “Estou vivendo de acordo com o que realmente importa pra mim?”


Vejo que essas pequenas rupturas no mecanicismo podem ser transformadoras. Um paciente me contou que, ao decidir caminhar sem acessar o celular por uma semana, estava redescobrindo o prazer de focar mais no relacionamento.

A qualidade da relação melhorou, ambos conversavam bem mais.


E se, em vez de sermos engrenagens, pudéssemos ser os arquitetos da nossa realidade? Questionar a vida mecanicista não é sobre abandonar responsabilidades, mas sobre dar espaço para o que nos faz humanos: a criatividade, a conexão, o propósito. Quando você começa a se perguntar “Por que estou aqui?”, abre a porta para uma vida mais autêntica. A vida mecanicista é uma simulação que podemos escolher deixar para trás. Cada vez que você para, respira e se permite sentir o mundo, está dizendo “sim” às maravilhas que fazem a vida valer a pena. Como psicóloga, acredito que nossa maior missão é nos reconectar com o que nos torna humanos e isso começa com uma pergunta simples: “Estou realmente vivendo ou apenas funcionando?”.


Então, te faço um convite: hoje, pare por um momento. Olhe ao seu redor. Pergunte: “Essa é a realidade que eu escolho?”. Se a resposta for “não”, tudo bem. Você tem o poder de mudar um pouco de cada vez, e descobrir que a verdadeira simulação é aquela que você pode moldar com suas próprias mãos.


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